A vida é uma passagem...a única certeza que temos ao longo de nossa existência é que um dia vamos morrer.
Pessoas queridas irão e deixarão saudades. Desafetos irão e deixarão a certeza de que somos fracos e nos prendemos a sentimentos ruins.
Por mais que não queiramos, por mais que façamos de tudo para retardar a nossa hora, ela virá.
Vivemos, fazemos amizades, convivemos com familiares, nos apegamos, temos consideração, estima, carinho, amor. E o nosso desejo é que a hora não chegue para quem estimamos.
Ainda que sejamos jovens, desejamos que nossos avós sejam bicentenários, para que não soframos com a sua morte. Mas o corpo padece e nada podemos fazer.
A certeza que fica é a de que somos seres de duas naturezas. A física que nos é tátil, e a espiritual, que retomará a sua plenitude ao falecer do corpo material.
Diante disto, o que desejamos é que a passagem da vida para a morte de amigos e entes queridos seja a menos dolorosa possível. Que eles não sofram, que não fiquem desesperados, que não sintam dor. Que seja algo como dormir numa noite de inverno e acordar numa manhã de primavera.
{Marcus Vinicius-prosadigital}
A vida é aquilo que nós fazemos dela. Nós somos aquilo que cremos e cultivamos em nós. A vida é como uma peça de teatro improvisada onde ninguem sabe quando irá terminar que a qualquer momento as cortinas podem fechar-se. Em fim, a vida é aquilo que vivemos. A vida nào é o que os outros dizer que ela é, pois cada um diz o que ele pensa da vida. A vida é o que voce pensa. Se a vida é uma miséria para voce, ela é uma miseria, se voce pensa que a vida é feita de oportunidades voce terá oportunidade de poder se expressar. A vida é a semelhança de um agricultor, sempre colhe o que planta.
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A arte de ser feliz
Houve um tempo em que minha janela
se abria sobre uma cidade que parecia
ser feita de giz. Perto da janela havia um
pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra
esfarelada, e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre
com um balde e, em silêncio, ia atirando
com a mão umas gotas de água sobre
as plantas. Não era uma rega: era uma
espécie de aspersão ritual, para que o
jardim não morresse. E eu olhava para
as plantas, para o homem, para as gotas
de água que caíam de seus dedos
magros e meu coração ficava
completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o
jasmineiro em flor. Outras vezes
encontro nuvens espessas. Avisto
crinças que vão para a escola. Pardais
que pulam pelo muro. Gatos que abrem
e fecham os olhos, sonhando com
pardais. Borboletas brancas, duas a
duas, como refeletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem
personagens de Lope de Vega. Às
vezes um galo canta. Às vezes um
avião passa. Tudo está certo, no seu
lugar, cumprindo o seu destino. E eu me
sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas
felicidades certas, que estão diante de
cada janela, uns dizem que essas coisas
não existem, outros que só existem
diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a
olhar, para poder vê-las assim.
[Cecília Meireles]